Aqui estão algumas perguntas para você: Como você faz login em aplicativos com sua conta do Google, Apple ou Microsoft? Como funcionam os pagamentos online com Paystack ou PayPal? Como aplicativos como Facebook e Instagram compartilham informações e notificações?
A resposta é: eles usam APIs. Essas são ferramentas poderosas que impulsionam o desenvolvimento móvel e web e uma ampla gama de aplicações, incluindo serviços em nuvem, dispositivos IoT, software de desktop e muito mais.
As APIs possibilitam a comunicação entre aplicações, facilitando a troca e verificação de dados.
Neste artigo, você aprenderá tudo sobre APIs: os diferentes tipos, sua arquitetura e as compensações entre as diferentes arquiteturas.
Aqui está o que vamos cobrir:
Este artigo é bem adequado para iniciantes em desenvolvimento web e móvel, assim como para desenvolvedores que buscam uma compreensão concisa de APIs e como elas funcionam.
O que é uma API?
API é a sigla para Interface de Programação de Aplicações. É um conjunto de regras e protocolos que permite que diferentes sistemas de software se comuniquem entre si. Uma API define como as aplicações solicitam serviços e trocam dados, atuando como um contrato claro entre um cliente e um servidor.
As APIs simplificam códigos complexos em comandos simples, permitindo que os desenvolvedores conectem sistemas e utilizem recursos integrados sem precisar conhecer todos os detalhes internos.
Como as APIs Funcionam?
Imagine um restaurante: o cliente (cliente) pede comida através do garçom (API), que então comunica o pedido à cozinha (servidor). A cozinha prepara a refeição e a envia de volta através do garçom para o cliente. Assim como o garçom, a API lida com solicitações e respostas, permitindo que o cliente aproveite a refeição sem precisar conhecer os detalhes das operações da cozinha.
Um exemplo mais prático é quando você compra uma assinatura online, e suas informações de pagamento são enviadas de forma segura para o Paystack através de sua API de pagamento. A API é um intermediário que recebe sua solicitação, verifica e processa seus dados de pagamento com o banco, e então retorna uma confirmação ao site sem expor diretamente dados sensíveis.
Tecnicamente, um cliente inicia uma solicitação direcionada a um servidor, especificando a recuperação de dados ou a execução de procedimentos. Ao receber e autenticar essa solicitação, a API realiza as operações necessárias. Em seguida, a API envia uma resposta ao cliente, incluindo o resultado da solicitação (sucesso ou falha) e quaisquer elementos de dados solicitados.
Por que as APIs são importantes?
As APIs são cruciais no desenvolvimento de software porque facilitam a conexão entre diferentes aplicações e serviços. Elas permitem a integração de funcionalidades externas sem a necessidade de construir tudo do zero, economizando tempo e reduzindo a complexidade por meio de comandos padronizados.
Para os usuários, as APIs também melhoram a segurança e a experiência do usuário. Elas servem como portais seguros que filtram a troca de dados entre aplicativos e serviços externos, protegendo informações sensíveis enquanto garantem interações suaves e confiáveis.
Tipos de APIs
Os tipos de APIs são principalmente categorizados pela sua acessibilidade e uso. Existem quatro tipos de APIs, a saber:
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APIs Abertas (Públicas)
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APIs de Parceiros
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APIs Internas (Privadas)
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APIs Compostas
APIs Abertas
As APIs Abertas são APIs disponibilizadas ao público em geral. Isso incentiva desenvolvedores, organizações e outras pessoas a utilizá-las para desenvolver aplicações, integrá-las em seus serviços e melhorá-las. As APIs Abertas fornecem acesso padronizado a dados ou serviços pela Internet.
Algumas APIs abertas muito úteis incluem:
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TradeWatch – Dados de mercado financeiro em tempo real
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SearchApi – API de SERP do Google em tempo real
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TwitterApi.io – Acesse dados em tempo real e históricos
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Instagram Post Generator – Gere postagens com modelos de páginas populares do Instagram
APIs de Parceiros
As APIs de Parceiros são compartilhadas com parceiros comerciais específicos e frequentemente exigem autenticação e acordos. Elas desempenham funções essenciais para empresas e aplicativos.
Por exemplo, uma API de pagamento como o Paystack se comunica diretamente com prestadores de serviços e plataformas bancárias para processar pagamentos de produtos e serviços.
APIs internas
As APIs internas são usadas para comunicação interna dentro de uma organização. Elas permitem a integração e simplificam processos internos. Equipes internas usam a API para acessar e compartilhar dados entre suas aplicações. A API não é exposta ao público, garantindo que a lógica de negócios sensíveis permaneça segura.
Um exemplo é a API interna de uma empresa que conecta seus sistemas de RH, folha de pagamento e gerenciamento de projetos.
APIs compostas
As APIs compostas combinam várias chamadas de API em uma única solicitação. Elas são fundamentais em arquiteturas de microserviços, onde uma única operação pode exigir dados de vários serviços. Uma única chamada de API aciona solicitações para várias APIs subjacentes, e a API composta então combina as respostas e retorna um resultado unificado.
Por exemplo, uma plataforma de e-commerce pode usar uma API composta para buscar detalhes de produtos, preços e informações de estoque de uma só vez, reduzindo a latência e simplificando o processo de integração.
Tipos de arquitetura de API
As APIs são estruturadas de maneira diferente dependendo do caso de uso, escalabilidade, segurança e acessibilidade. Existem várias maneiras de estruturar uma API, mas nos concentraremos apenas nos estilos arquitetônicos mais prevalentes usados no desenvolvimento Web. Eles incluem:
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REST
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SOAP
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GraphQL
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gRPC
APIs REST
Representational State Transfer (REST) é um estilo arquitetural que usa métodos HTTP (POST, GET, PUT, DELETE) para realizar operações CRUD (Create, Read, Update, Delete) em URIs baseadas em recursos.
As APIs REST são construídas com frameworks como Express.js (Node.js), Django/Flask (Python) e Spring Boot (Java).
Componentes Principais
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Recursos e endpoints:
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As entidades expostas pela API podem incluir qualquer coisa: usuários, produtos, documentos, entre outros.
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Cada recurso é identificado por um URI único (Uniform Resource Identifier).
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Métodos HTTP:
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GET: Recupera um recurso.
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POST: Cria um novo recurso.
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PUT: Atualiza um recurso existente.
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DELETE: Remove um recurso.
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PATCH: Atualiza parcialmente um recurso existente.
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Representação de dados:
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Recursos podem ter múltiplas representações (por exemplo, JSON, XML).
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A API responde com a representação solicitada, permitindo que os dados sejam estruturados e analisados facilmente.
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Cabeçalhos HTTP e parâmetros de consulta:
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Os cabeçalhos HTTP fornecem informações adicionais sobre a solicitação ou resposta.
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Eles podem ser usados para autenticação, negociação de conteúdo e outros fins.
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Statelessness:
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Cada solicitação de um cliente para um servidor deve conter todas as informações necessárias para entender e processar a solicitação.
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O servidor não armazena nenhum estado do cliente entre as solicitações.
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Outros componentes importantes são a possibilidade de armazenamento em cache, os códigos de status HTTP e o HATEOAS. Juntos, esses componentes definem a estrutura e o comportamento dos sistemas RESTful, permitindo uma comunicação perfeita e eficiente entre clientes e servidores.
Visão geral da operação
As APIs REST expõem recursos por meio de URIs exclusivas e permitem que os clientes realizem operações usando métodos HTTP, como GET, POST, PUT, DELETE e PATCH. Os clientes podem solicitar dados em vários formatos, como JSON ou XML, e incluir detalhes adicionais por meio de cabeçalhos HTTP e parâmetros de consulta.
Cada solicitação é stateless e contém todas as informações necessárias para o processamento sem depender de dados armazenados do cliente. A API também usa códigos de status HTTP, possibilidade de armazenamento em cache e HATEOAS para gerenciar respostas e orientar interações posteriores, garantindo um framework de comunicação perfeito e eficiente entre clientes e servidores.
Exemplo Prático e Casos de Uso do Mundo Real
Para ilustrar como as APIs REST funcionam na prática, vamos considerar uma API de Livros que permite aos usuários gerenciar uma coleção de livros. Nossa API de exemplo foi criada usando os frameworks NodeJS e ExpressJS. Não vou explicar como esses frameworks realmente funcionam aqui, pois isso está além do escopo deste artigo. Portanto, se você não entender a sintaxe no código abaixo, não se preocupe – apenas foque na lógica de Requisições e Respostas.
Esta API segue os princípios REST usando métodos HTTP padrão para realizar operações CRUD (Criar, Ler, Atualizar, Deletar):
const express = require("express"); const bodyParser = require("body-parser");
const app = express(); app.use(bodyParser.json());
const app = express();
app.use(bodyParser.json());
// Banco de Dados Fictício
let books = [
{ id: 1, title: "The Pragmatic Programmer", author: "Andy Hunt" },
{ id: 2, title: "Clean Code", author: "Robert C. Martin" },
];
// GET todos os livros (Cliente solicita, Servidor responde)
app.get("/books", (req, res) => res.json(books));
// GET um único livro por ID
app.get("/books/:id", (req, res) => {
const book = books.find((b) => b.id === parseInt(req.params.id));
book ? res.json(book) : res.status(404).json({ message: "Not found" });
});
// POST um novo livro (Cliente envia dados, Servidor atualiza o banco de dados)
app.post("/books", (req, res) => {
const newBook = { id: books.length + 1, ...req.body };
books.push(newBook);
res.status(201).json(newBook);
});
// PUT (Atualizar) um livro
app.put("/books/:id", (req, res) => {
const book = books.find((b) => b.id === parseInt(req.params.id));
if (book) {
Object.assign(book, req.body);
res.json(book);
} else {
res.status(404).json({ message: "Not found" });
}
});
// DELETE um livro
app.delete("/books/:id", (req, res) => {
const index = books.findIndex((b) => b.id === parseInt(req.params.id));
if (index !== -1) {
books.splice(index, 1);
res.json({ message: "Deleted" });
} else {
res.status(404).json({ message: "Not found" });
}
});
app.listen(3000, () => console.log("API running on port 3000"));
Aqui está o que está acontecendo neste código:
-
Cliente envia uma solicitação: Um usuário (ou aplicativo frontend) solicita dados usando métodos HTTP como GET, POST, PUT ou DELETE. Exemplo: GET
/books
solicita todos os livros ou POST/books
envia um novo livro para o banco de dados. -
O servidor processa a solicitação: O servidor recebe a solicitação, busca os dados (por exemplo, em um banco de dados ou em um array na memória) e os processa.
-
O servidor envia uma resposta: O servidor envia de volta uma resposta em JSON contendo os dados solicitados ou uma mensagem de confirmação. Aqui está um exemplo:
[
{ "id": 1, "title": "The Pragmatic Programmer", "author": "Andy Hunt" },
{ "id": 2, "title": "Clean Code", "author": "Robert C. Martin" }
]
- O cliente recebe e utiliza os dados: O frontend ou outro serviço consome a resposta da API e exibe ou processa de acordo.
As equipes utilizam APIs REST para serviços web, aplicativos móveis e integrações em nuvem. Plataformas de mídia social buscam postagens, enquanto sites de e-commerce recuperam detalhes de produtos. Gateways de pagamento processam transações e aplicativos de clima acessam previsões em tempo real. A simplicidade e escalabilidade do REST o tornam a escolha preferida para APIs públicas e internas.
APIs SOAP
O Protocolo Simples de Acesso a Objetos (SOAP) usa XML para mensagens e inclui padrões integrados para segurança, transações e tratamento de erros. Seu contrato formal é definido por um WSDL (Linguagem de Descrição de Serviços Web).
Esta arquitetura prioriza a segurança e a confiabilidade por meio de recursos como WS-Security e gerenciamento de transações, tornando-a adequada para aplicações empresariais complexas que exigem padrões rígidos e robusto tratamento de erros.
APIs SOAP são criadas usando frameworks ou ferramentas como Apache CXF, .NET WCF e JAX-WS (Java).
Componentes chave
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Envelope SOAP:
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Este é o elemento raiz de uma mensagem SOAP e define a estrutura geral do documento XML.
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Ele contém o Cabeçalho SOAP e o Corpo SOAP.
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Corpo SOAP:
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Esta seção contém os dados reais sendo trocados entre o cliente e o servidor.
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Ela inclui as mensagens de solicitação ou resposta, que geralmente são estruturadas como elementos XML.
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WSDL (Web Services Description Language):
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Este é um documento XML que descreve o serviço da web, incluindo suas operações, formatos de mensagem e tipos de dados.
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Atua como um contrato entre o cliente e o servidor, delineando como interagir com a API.
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Processador SOAP:
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Este é o componente de software que processa as mensagens SOAP.
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Ele analisa o documento XML, extrai os dados relevantes e executa a operação solicitada.
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Também existe o Endpoint SOAP, que é a URL onde o serviço SOAP pode ser acessado, e o Esquema XML (XSD), que define a estrutura e os tipos de dados utilizados na mensagem XML do SOAP.
Visão Geral da Operação
APIs SOAP operam encapsulando dados dentro de uma estrutura baseada em XML definida por um Envelope SOAP, que contém tanto um Cabeçalho para metadados quanto um Corpo para as informações reais de solicitação ou resposta. O Corpo carrega os dados da troca, enquanto um documento WSDL serve como um contrato detalhando as operações do serviço, formatos de mensagem e tipos de dados.
Um Processador SOAP então analisa o XML, extrai dados relevantes e executa as operações solicitadas de acordo com regras definidas por um Esquema XML acompanhante (XSD). A comunicação com o serviço ocorre através de um Endpoint SOAP específico, garantindo uma estrutura padronizada e interoperável para interações de serviços web.
Exemplos Práticos e Casos de Uso do Mundo Real
Para ilustrar as APIs SOAP e como elas funcionam na prática, vamos considerar uma API de Serviço Bancário baseada em SOAP que fornece operações seguras para gerenciar contas e transações. As APIs SOAP usam mensagens XML para garantir comunicação segura e estruturada entre sistemas. Criar uma API SOAP e mensagens XML está além do escopo deste artigo, então aqui vamos nos concentrar apenas na lógica de Solicitação e Resposta.
Como funciona:
- Recuperar informações da conta: O cliente envia uma solicitação XML para buscar os detalhes da conta de um usuário:
<soapenv:Envelope xmlns:soapenv="http://schemas.xmlsoap.org/soap/envelope/"
xmlns:bank="http://example.com/bank">
<soapenv:Header/>
<soapenv:Body>
<bank:GetAccountDetails>
<bank:AccountNumber>123456789</bank:AccountNumber>
</bank:GetAccountDetails>
</soapenv:Body>
</soapenv:Envelope>
O servidor responde com uma mensagem XML contendo os detalhes da conta:
<soapenv:Envelope xmlns:soapenv="http://schemas.xmlsoap.org/soap/envelope/">
<soapenv:Body>
<GetAccountDetailsResponse>
<AccountNumber>123456789</AccountNumber>
<Balance>5000.00</Balance>
<Currency>USD</Currency>
</GetAccountDetailsResponse>
</soapenv:Body>
</soapenv:Envelope>
-
Processar uma transferência de dinheiro: O cliente envia um pedido de transferência com detalhes de autenticação:
<soapenv:Envelope xmlns:soapenv="http://schemas.xmlsoap.org/soap/envelope/" xmlns:bank="http://example.com/bank"> <soapenv:Header/> <soapenv:Body> <bank:TransferFunds> <bank:FromAccount>123456789</bank:FromAccount> <bank:ToAccount>987654321</bank:ToAccount> <bank:Amount>100.00</bank:Amount> <bank:Currency>USD</bank:Currency> </bank:TransferFunds> </soapenv:Body> </soapenv:Envelope>
Se bem-sucedido, o servidor retorna uma resposta de confirmação:
<soapenv:Envelope xmlns:soapenv="http://schemas.xmlsoap.org/soap/envelope/"> <soapenv:Body> <TransferFundsResponse> <Status>Sucesso</Status> <TransactionID>TXN987654</TransactionID> </TransferFundsResponse> </soapenv:Body> </soapenv:Envelope>
Bancos, provedores de saúde e agências governamentais usam SOAP para APIs seguras e confiáveis. Instituições financeiras processam transações com autenticação rigorosa, enquanto sistemas de saúde trocam dados do paciente sob regulamentos de conformidade. Companhias aéreas dependem do SOAP para reservas e emissão de bilhetes, garantindo a integridade consistente dos dados entre os sistemas.
APIs GraphQL
GraphQL é uma linguagem de consulta e tempo de execução para APIs desenvolvida pelo Facebook. Permite aos clientes solicitar exatamente os dados de que precisam em uma única solicitação, reduzindo o excesso e a falta de dados recuperados.
Componentes Principais
- Esquema: Este é o coração de uma API GraphQL. Define a estrutura dos seus dados, incluindo os tipos de objetos, seus campos e suas relações. Age como um contrato entre o cliente e o servidor, especificando quais dados podem ser consultados.
- Tipos: Estes definem a estrutura dos objetos em seus dados. Especificam os campos que cada objeto tem e os tipos de dados desses campos.
- Campos: Estes são os dados individuais que podem ser consultados em um objeto.
- Consultas: São solicitações do cliente para recuperar dados. Especificam os campos que o cliente deseja recuperar.
- Mutações: São solicitações do cliente para modificar dados (criar, atualizar ou excluir).
- Resolutores: Estas são funções que buscam os dados para cada campo no esquema. Eles conectam o esquema GraphQL às fontes de dados subjacentes.
- Assinaturas: Estas permitem atualizações em tempo real. Os clientes podem se inscrever em eventos específicos e o servidor enviará atualizações sempre que ocorrerem.
Visão Geral da Operação
O GraphQL define um esquema que especifica os tipos de dados disponíveis e suas relações. Os clientes, então, constroem consultas ou mutações que solicitam precisamente os campos de dados necessários. O servidor GraphQL processa essas solicitações, usando resolutores para buscar dados de fontes de backend.
O servidor valida a solicitação em relação ao esquema, executa os resolutores e retorna uma resposta JSON contendo apenas os dados solicitados. Os clientes podem estabelecer assinaturas para atualizações em tempo real, permitindo que o servidor envie alterações nos dados conforme ocorrem. Essa abordagem minimiza o excesso e a falta de busca, melhorando a eficiência e a flexibilidade na recuperação de dados.
Exemplos Práticos e Casos de Uso do Mundo Real
Vamos explorar como as APIs do GraphQL funcionam na prática, considerando uma API de E-commerce alimentada pelo GraphQL. Esta API pode buscar eficientemente detalhes do produto, avaliações e disponibilidade de estoque. O servidor é criado usando NodeJS e Apollo Server. Criar o servidor está além do escopo deste artigo, então vamos nos concentrar no Esquema (como um banco de dados relacional é estruturado e visualmente representado) e na lógica de Solicitação e Resposta.
- Esquema:
# Esquema (schema.graphql)
type Product {
id: ID!
name: String!
description: String
price: Float!
inventory: Int!
category: String!
}
type Query {
product(id: ID!): Product
products(category: String): [Product!]!
}
type Mutation {
createProduct(name: String!, description: String, price: Float!, inventory: Int!, category: String!): Product!
updateProductInventory(id: ID!, inventory: Int!): Product!
}
O Esquema define os tipos de dados (Product
, Query
, Mutation
) e especifica as consultas disponíveis (product
, products
) e mutações (createProduct
, updateProductInventory
). Ele utiliza o sistema de tipos GraphQL (String, Int, Float, ID, [ ], !)
-
Pedidos e Respostas
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Obtendo dados do produto – Um cliente solicita campos específicos do produto (por exemplo, nome, preço e descrição):
consulta { produto(id: "123") { nome preço descrição } }
Se for bem-sucedido, o servidor responde apenas com os dados solicitados:
{ "data": { "produto": { "nome": "Fones de Ouvido sem Fio", "preço": 99.99, "emEstoque": true } } }
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Criar um novo produto:
mutação { criarProduto(nome: "Mouse", preço: 30, estoque: 100, categoria: "Eletrônicos") { id nome preço } }
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Atualizar informações do produto:
mutação { atualizarProduto(id: "123", preço: 89.99) { nome preço } }
Se for bem-sucedido, o servidor retorna os detalhes atualizados:
{ "data": { "atualizarProduto": { "nome": "Fones de Ouvido sem Fio", "preço": 89.99 } } }
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Empresas como o Facebook e o Shopify usam o GraphQL para APIs eficientes e flexíveis. Aplicativos de comércio eletrônico e redes sociais buscam apenas os dados necessários, reduzindo o excesso de busca. Aplicativos móveis otimizam o desempenho, enquanto ferramentas de análise agregam dados complexos de forma contínua.
APIs gRPC
Remote Procedure Call (gRPC) é uma estrutura RPC de alto desempenho que serializa dados estruturados usando HTTP/2 e Protocol Buffers. Ele suporta comunicação síncrona e assíncrona e recursos como streaming.
O HTTP/2 é a mais recente evolução do HTTP, projetado com recursos empolgantes como estrutura binária, multiplexação, compressão de cabeçalho e push do servidor para aumentar o desempenho e reduzir a latência. O gRPC aproveita ao máximo essas capacidades, permitindo comunicação rápida, eficiente e simultânea, o que o torna perfeito para microserviços e aplicativos em tempo real.
Componentes principais
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Definição do serviço: Isso é definido em um arquivo .proto. Ele especifica os serviços oferecidos e os métodos RPC disponíveis, atuando como contrato entre o cliente e o servidor.
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As mensagens são estruturas de dados definidas usando Protocol Buffers, que serializam e desserializam dados de forma eficiente entre sistemas.
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Stubs: Código de cliente e servidor gerado automaticamente que permite ao cliente chamar métodos remotos como se fossem locais e habilita o servidor a implementar a lógica do serviço.
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Canais: Estes gerenciam a conexão entre cliente e servidor, lidando com a comunicação de rede subjacente.
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Métodos RPC: gRPC suporta diferentes tipos de chamadas, incluindo unárias (única solicitação-resposta), streaming do cliente, streaming do servidor e streaming bidirecional, cada um adequado para diferentes casos de uso.
-
Interceptores e metadados: Estes fornecem mecanismos para adicionar funcionalidades extras, como autenticação, registro e tratamento de erros, anexando metadados às chamadas RPC.
Visão Geral da Operação
gRPC permite que os desenvolvedores definam contratos de serviço e tipos de mensagem em um arquivo .proto com Protocol Buffers, servindo como um modelo para os métodos RPC disponíveis. O gerador de código produz stubs de cliente e servidor, permitindo que procedimentos remotos sejam invocados como funções locais, enquanto os canais gerenciam a comunicação de rede baseada em HTTP/2.
Ele suporta streaming unário, streaming de cliente, streaming de servidor e streaming bidirecional para diferentes padrões de troca de dados. Além disso, interceptadores e metadados podem ser integrados para tarefas como autenticação e registro, mantendo o sistema robusto, seguro e eficiente.
Exemplos Práticos e Casos de Uso do Mundo Real
Vamos considerar um aplicativo de compartilhamento de viagens que utiliza gRPC para comunicação rápida entre clientes (aplicativos móveis) e serviços de backend. gRPC utiliza serialização binária via protocol buffers (Protobuf) em vez de formatos baseados em texto como JSON ou XML. Isso torna a comunicação de rede significativamente mais rápida e eficiente.
- O arquivo .proto define a estrutura da API:
syntax = "proto3";
service RideService {
rpc RequestRide(RideRequest) returns (RideResponse);
rpc StreamRideUpdates(RideUpdateRequest) returns (stream RideUpdate);
}
message RideRequest {
string user_id = 1;
string pickup_location = 2;
string destination = 3;
}
message RideResponse {
string ride_id = 1;
string driver_name = 2;
string car_model = 3;
}
message RideUpdate {
string ride_id = 1;
string status = 2;
string driver_location = 3;
}
message RideUpdateRequest {
string ride_id = 1;
}
Quando um cliente envia um RideRequest
, ele é serializado em um formato binário compacto usando Protobuf. Isso reduz o tamanho da carga útil, acelera a transmissão e melhora a eficiência. O servidor o desserializa de volta em um objeto estruturado antes de processá-lo.
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Solicitação e Resposta:
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Solicitando uma corrida: O cliente envia uma solicitação de corrida com o clique de um botão que inclui:
{ "user_id": "U123", "pickup_location": "Central Park", "destination": "Times Square" }
O servidor responde com os detalhes do motorista:
{ "ride_id": "R456", "driver_name": "John Doe", "car_model": "Toyota Prius" }
Você deve estar se perguntando por que as solicitações e respostas são exibidas em JSON, já que o gRPC não utiliza formatos baseados em texto como JSON e XML. O fluxo binário comprimido usado no gRPC não é legível por humanos como o JSON. É um formato de codificação compacto e eficiente que requer desserialização Protobuf para ser compreendido. No formato de fluxo binário comprimido, a solicitação ou resposta parecerá com isso:
08 D2 04 12 0D 43 65 6E 74 72 61 6C 20 50 61 72 6B 1A 0B 54 69 6D 65 73 20 53 71 75 61 72 65
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Atualizações de corrida em tempo real: Uma vez que uma corrida é atribuída, o servidor transmite atualizações em tempo real para o cliente:
{ "ride_id": "R456", "status": "Motorista a caminho", "driver_location": "5th Avenue" }
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As empresas usam gRPC para aplicações de alto desempenho em tempo real que exigem comunicação eficiente entre serviços. Gigantes da tecnologia como Google, Netflix e Dropbox utilizam gRPC para microserviços escaláveis. Aplicativos de compartilhamento de viagens transmitem ao vivo as localizações dos motoristas, enquanto plataformas de fintech gerenciam transações seguras e com baixa latência. Sistemas de IoT e aplicações de IA dependem do gRPC para troca de dados em tempo real e interações eficientes.
Como Escolher uma Arquitetura de API
Selecionar uma arquitetura de API envolve equilibrar diversos fatores, incluindo desempenho, escalabilidade, facilidade de uso e segurança, de acordo com as necessidades específicas do seu projeto.
REST é conhecido por sua simplicidade e design sem estado, o que ajuda na escalabilidade e facilidade de uso, mas sua segurança depende principalmente de medidas externas, como HTTPS e mecanismos de autenticação adequados.
SOAP, embora mais complexo, fornece robustos padrões de segurança embutidos (como WS-Security) e suporte transacional confiável, tornando-o adequado para ambientes empresariais.
GraphQL oferece busca de dados eficiente e alto desempenho ao permitir que os clientes solicitem apenas os dados de que precisam. No entanto, pode exigir medidas de segurança adicionais, como limitação de profundidade de consulta e autenticação adequada no lado do servidor.
gRPC oferece desempenho excepcional e é ideal para microserviços com necessidades de dados em tempo real. Ele utiliza HTTP/2 e TLS para comunicação segura e eficiente, embora tenha uma curva de aprendizado mais acentuada.
A tabela abaixo resume as características e compensações entre essas arquiteturas:
Característica | REST | SOAP | GraphQL | gRPC |
Desempenho | Moderado (Potencial de excesso de dados) | Baixo | Alto | Alto |
Escala | Alta | Moderada | Alta | Muito alta (Eficiente para microsserviços e dados em tempo real) |
Facilidade de uso | Simples e amplamente adotado | Complexo | Intuitivo para clientes (Complexidade do lado do servidor pode aumentar) | Curva de aprendizado acentuada |
Segurança | Depende de mecanismos externos (HTTPS, OAuth, e assim por diante) | Segurança forte incorporada via WS-Security e contratos formais | Requer medidas adicionais (validação de consulta, limitação de taxa) | Alta segurança com suporte TLS integrado e protocolos de autenticação robustos |
Conclusão e Tendências Futuras
As APIs se tornaram uma peça fundamental no desenvolvimento de software moderno, facilitando a comunicação e troca de dados entre diversas aplicações. Seu impacto é inegável, desde APIs públicas que impulsionam a inovação até APIs privadas que otimizam processos internos.
Entender as diversas arquiteturas de API, como REST, SOAP, GraphQL e gRPC, capacita os desenvolvedores a selecionar a abordagem ideal para suas necessidades específicas, equilibrando desempenho, escalabilidade e facilidade de uso.
Olhando para o futuro, o cenário das APIs está prestes a passar por mudanças empolgantes. Com APIs impulsionadas por IA, arquiteturas descentralizadas e medidas de segurança aprimoradas, veremos novas maneiras de construir e interagir com software. A evolução contínua dos padrões de API e o crescimento das plataformas de baixo código/não código estão tornando o desenvolvimento de APIs mais acessível a todos.
Source:
https://www.freecodecamp.org/news/learn-api-fundamentals-and-architecture/